quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Cigarra e a Formiga

Bichinhos

Como sabem, A Cigarra e a Formiga é um dos clássicos do escritor Jean de La Fontaine, autor de fábulas conhecidas em todo o mundo.

Leiam a versão da fábula escrita pelo poeta português Bocage e visionem o vídeo que apresenta a versão da Disney.

Assinalem as principais diferenças entre as duas versões.


A Cigarra e a Formiga

Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o Verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga
Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
‘Té voltar o aceso Estio.

— Amiga — diz a cigarra —,
Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de Agosto,
Os juros e o principal.

A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
— No Verão, em que lidavas?
— à pedinte ela pergunta.

Responde a outra: — Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
— Oh! Bravo! — torna a formiga. —
Cantavas? Pois dança agora!

Versão de Bocage, Fábulas de La Fontaine, Edições Vega


Versão da Disney



Até amanhã! E não te esqueças:

Não penses só em divertir-te, como fez a Cigarra.
Trabalha e pensa no futuro, como a Formiga.

:)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lenda de Urashima Taro

Lenda da tomada de Faro aos Mouros

Gatuchos
Segue uma lenda da cidade onde vivem. Espero que gostem.
Beijinhos
Lenda da tomada de Faro aos Mouros
Parte das forças que atacaram o Castelo de Faro fora colocada no largo actualmente chamado de São Francisco, e estas forças eram comandadas por um brioso oficial, robusto e formoso rapaz, solteiro. Este oficial pôde ver, em certa ocasião, a formosa e gentil filha do governador mouro e dela ficou enamorado. Em certo dia conseguiu o oficial que a sua namorada o recebesse em curto rendez-vous dentro do castelo, combinando-se que o mouro intermediário lhe abrisse, alta noite, a porta, hoje da Senhora do Repouso.
À hora marcada, entrou o oficial no castelo e aí em doce colóquio se entreteve com a dama dos seus encantos. À hora de sair, acompanhou ela o seu querido namorado até à porta do castelo, levando consigo um irmão, criança de oito anos.
Quando se aproximaram da porta, disse-lhes o escravo que da parte de fora estava muita gente, pois que mais de uma vez lhes chegavam aos ouvidos vozes abafadas.

O oficial, segurando nos braços a moura gentil, viu-se em eminente perigo. Avançou para fora com a moura e, quase ao transpor a porta, hoje conhecida pela Senhora do Repouso, notou que tinha nos braços não uma formosa jovem, mas apenas uns farrapos, que se desfaziam à mais pequena e leve aragem.
Olhou para o lado pela criancinha e não a viu. Então teve a profunda e tristíssima compreensão da sua desgraça. Caiu no chão sem sentidos.
Nesse momento acudiram as forças do Mestre e de D. João de Aboim e os mouros tinham sido forçados a entregar o castelo, mediante uma avença com o Rei D. Afonso.

O oficial dirigiu-se à porta do castelo. Ao entrar pelo Arco da Senhora do Repouso viu ao lado esquerdo a cabeça de uma criança que se assomava por um buraco.
— O que fazes aí, menino? — perguntou o oficial, conhecendo o irmão da sua namorada.
— Estamos aqui encantados: eu e a minha irmã.
— Quem vos encantou?
— O nosso pai. Soube por uma espia que levavas nos braços a minha irmã acompanhada por mim e, invocando Allah, encantou-nos aqui no momento em que transpunhas a porta. Por atraiçoarmos a santa causa do nosso Allah aqui ficaremos encantados.
— Por muito tempo?
— Enquanto o mundo for mundo